Resenha sobre o livro O príncipe de Nicolau Maquiavel

A verdade efetiva das coisas; esta é a questão de Maquiavel, que olhou para a realidade e apenas relatou o que viu, não teve medo de desligar-se da moral estabelecida naquela época. Por isso, não sei se posso considerá-lo maquiavélico, como muitas pessoas dizem. Ele não ensinou apenas aos príncipes. Como já disse Rousseau: “Maquiavel fingindo dar lições aos Príncipes, deu grandes lições ao povo.” Concordar
com essa frase é um fato, mas depende da interpretação de cada pessoa que o lê. Sendo escrito em 1913 para compreendê-lo, é preciso estar envolto no contexto daquele período Frances. É relevante a leitura desse e bem disseram que nenhum político, governante ou empresário pode ignorar os ensinamentos desse mito, que duram até hoje.

No inicio de sua obra prima, O Príncipe, tendo como bagagem os clássicos da antiguidade greco-romana ele fala sobre o Estado e uma forma melhor de conduzi-lo. Mas depois, muda seu foco para o príncipe, a forma de reinar, como bem agir. 

A instabilidade dos Estados, segundo Maquiavel, ocorre devido à maldade dos homens que são inescrupulosos e egoístas. Há uma parte que quer dominar e outra que não quer se submeter a esse domínio. O príncipe deve ser um homem de virtú, dominar seus súditos e fazer o que for necessário, desprovendo-se de qualquer avaliação moral, para manter a estabilidade do Estado e para permanecer por mais tempo no poder. Se for necessário ser mau, assim o príncipe deve ser, pois para o autor, o homem que é bom em todas as circunstâncias será levado à ruína.

Maquiavel tem por ponto central a forma de controle que pode ser fácil ou problemática, a alteração da organização de leis impostas preexistentes; instalação de colônias e mudanças do novo dominador para o local conquistado são algumas soluções mostradas.

Ligadas entre si são as bases principais de sustentação do poder e as boas leis. Os tipos de milícia podem ter quatro categorias: próprias; mercenárias, que podem não ter nenhum compromisso quanto aos que defendem, uma vez sendo esse tipo de milícia; auxiliares ou mistas. Cabe ao príncipe fugir das milícias mercenárias e auxiliares, pois é considerada verdadeira vitória aquela conquistada pelas próprias armas, não levando em consideração o prestígio alcançado entre soldados e súditos.

Para ele, um príncipe tem que pensar na guerra em todos os momentos, principalmente quando está em paz, ora, estando em guerra ele só poderá agir. Se o príncipe está preparado ele saberá a melhor maneira de se defender e atacar. 

O príncipe deve evitar de todas as maneiras o ódio e o desprezo de seus súditos. As qualidades apontadas são generosidade; o bom controle, das finanças – transparecer o bom gerenciamento os valores arrecadados através dos impostos. Ser cauteloso em agradar a uma pessoa e desfavorecer outra.
Quando o príncipe tiver que escolher entre ser temível ou amado, não podendo ser os dois, escolha ser temível, pois um súdito pode amá-lo hoje e odiá-lo amanha. Pois tal apreço em trair alguém a quem se teme é bem mais difícil do que a quem se ama. Caso nisto conquiste o amor, deve-se evitar o ódio, respeitando os bens e as mulheres dos súditos. Mas em si tratando de exércitos, o príncipe não deve se preocupar em ser cruel, para o manter unido e disposto ao combate.

O príncipe pode usar mecanismos para confundir a mente dos seus súditos e manter sua palavra de acordo com seus interesses, e se essa palavra for prejudicá-lo, essa não deverá ser mantida. O capítulo mais extenso da obra tem como título: "Como evitar o desprezo e o ódio". Sendo o surgimento do ódio ocasionado quando seus súditos passam viver insatisfeitos, pois perderam seus bens e honra.

Em suas atitudes devem ser vistas boas qualidades como coragem, força e certeza, evitando voltar à trás em alguma decisão. Com isso, o príncipe adquire boa reputação, e o surgimento de uma conspiração contra sua pessoa torna-se difícil. Se o príncipe tiver que ser bom ou mal, assim deve fazer, levando sempre em consideração o seu benefício, mas sem se esquecer dos seus súditos.

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